sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

MEIA-NOITE EM PARIS!


                

                Há prazeres na vida, que de tão simples e baratos, acabam desprezados. Ir ao cinema, por exemplo. Não há maneira de “viajar” mais instantânea e gostosa, como quando assistimos a um bom filme. O convite da Tê foi assim, de repente, e aceitar também. Eu que ando negando-me, dos pequenos aos grandes prazeres, fui no susto. Na verdade, eu ainda tinha aquela expectativa boa, de criança quando vai ao parque. Assistimos ao filme “Midnight in Paris” do Woody Allen . Uma feliz escolha.

               Um filme delicioso, já que em se tratando de Woody Allen poderia ser daqueles roteiros polêmicos. Mas sem contar toda a história, o roteiro é uma surpreendente viagem no tempo, de Paris atual à Belle Époque. Recheado de personagens incríveis e reais como T.S. Elliot,Scott Fitzgerald, Hemingway, ,Picasso, Gaughin, Dalí, Miró, Matisse, Toulouse-Lautrec, Gertrude Stein. E no meio desses notáveis, o personagem principal do filme, um roteirista famoso de Hollywood, Gil Pender (Owen Wilson), que viaja a Paris com sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e vive momentos únicos na cidade luz…. Mas, sempre, e somente, a partir da meia-noite!

            Eu me deliciei com as referências literárias, com a beleza de Paris, que é meu sonho de viagem perfeita, e imaginem, a minha irmã, Maria Tereza, que já viveu essa experiência? Ela viveu um tempo em Lyon, na França. É, minha irmã é uma mulher muito fina, “fhina”, fieeeenna pra dar mais ênfase. Lá em casa a gente até diz que ela foi educada na Europa. Risos. A Carla Bruni faz uma ponta no filme, como guia de turismo. Bem, achamos que ela é melhor cantando, mas valeu pela presença delicada e super bonita. O filme é mesmo surpreendente, e o elemento surpresa é muito especial.

        No outro dia, a Tê me mandou uma mensagem: “Sobre o livro do Gil Pender, (Meia-noite em Paris), eu entendi,hahahaha: o livro é o próprio filme e ele o personagem principal. Dããããã”. Eu não podia ficar pra trás, então vou dizer do recurso metalingüístico, utilizado lindamente por Wood Allen. Metalinguagem é essa possibilidade de se voltar sobre o próprio ofício, como o personagem o faz, tendo como referência grandes nomes da arte e da literatura. Então o filme é também o próprio livro. “Meia-noite em Paris”: Magnifique!



Sandra Fonseca



Nota: Usei o trema em "metalinguístico" , despedindo-me desse sinalzinho que sempre gostei de utilizar. Coisas que os acordos ortográficos vão nos roubando. Fí-lo por que quí-lo, como diria J. Quadros.